As vezes me sinto dopada. Dormente, cansada... Tem dias que
estou diferente. Não sei porquê, mas isto não importa. A mente vagueia,
teletransporta. Lembranças de coisas que não existiram passam na minha mente. E
eu as abraço...
Imagino mundos que existem somente na minha imaginação. Crio
a minha vida através de meus sonhos. Me encanto com uma ave. Vejo uma folha
caindo no chão. “Como é bela. Como cai suavemente...”. E viajo... Viajo por
instantes junto com aquela folha que se perde de seu mundo e encontra um novo.
Onde irá morrer e apodrecer para poder
adubar novas vidas...
E eu: será que poderei "adubar" outras vidas? Será que minha
palavra um dia vai se separar da árvore mãe para poder fazer nascer outras
flores? Será que meus ditos serão uma
folha? Ou será que minha árvore irá apodrecer seca, sem poder repassar seus
frutos?
Não sei, não sei... Só sei que irei regar a minha “árvore de
palavras” o máximo que puder. Talvez a exponha ao sol as vezes para ela
conhecer o mundo, arrancarei as folhas secas e deixarei que ela cresça. Enfim,
farei minha parte. Agora, enquanto ao resto... Bem, o homem não manda na
natureza assim como não manda em seu destino. O que fazer então? A parte que
lhe cabe. Nada cai do céu. Nem as palavras. Nada se consegue se você não fizer
sua parte...
Por isso escrevo e continuarei escrevendo até quando puder.
Não desanimarei, não desistirei. Farei o possível para que,no futuro, esta
minha árvore que só está começando a nascer, fique grande e deixe folhas caírem
para poder nascer novas arvorezinhas. Assim como aqueles que me inspiram espero
ser a inspiração de muitos. Faço a minha parte. Quanto ao resto, o destino que
se vire.
Sheila Emília