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domingo, 18 de agosto de 2013

Devaneios

Quero ser um sopro do mundo. Mesmo que o mundo não saiba que eu existo. Mesmo que eu seja como o ar, que todos precisam, mas ninguém dá valor. 

Quero viver sem me importar por quê.

Na verdade, não há motivos para essa sede de vida. Só o medo da morte. O medo da morte me faz querer viver. Mesmo que eu saiba que, na minha insignificância de vida nunca hei vivido nada. Sou só um sopro do mundo... Um grão de areia na praia. Mais um. Um segundo marcado no ponteiro do relógio. Que fica a repetir tic tac tic tac tic tac... Mas ninguém percebe a hora passando, não é?

Só sentimos falta dos minutos perdidos quando morremos. Como supostamente ainda estou viva, não sinto saudade desse barulho constante. O barulho da vida... Não sinto falta de nada. De ser, de sentir... Só sinto que nada sinto. 

Será isso saudade? De quando sentia algo? Ou achava que o fazia?


Sheila Emilia

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